quarta-feira, 16 de julho de 2008

TIC TAC TIC TAC

A maior parte das coisas que dizemos e fazemos é inútil.
Como o trabalho das formigas que descem e sobem o tronco da árvore sem nenhum propósito.
Penso que isso acontece com quase todo mundo: uma dificuldade poderosa de ficarsem fazer nada. Simplesmente contemplar as coisas. Refletir sobre nós mesmos.
Não nos permitimos o ócio.
Pegar uma sessão das 2 no meio da semana. Tomar um sorvete no parque no meio da tarde, sob a sinfonia dos pássaros e das folhas tocadas pela brisa.
Ou simplesmente fechar os olhos e pensar.
Estamos sempre fugindo de nós mesmos. .
Parecer ocupado é considerado importante, mais do que estar mesmo ocupado. Na vida corporativa, isso chega a extremos de comédia.
Li numa revista que uma empresa de recolocação de executivos desempregados arruma para eles escritório e secretária para que finjam trabalhar. (E fujam de si mesmos, ocorre-me.)
Seu tempo é livre? Pois então você se sente compelido interiormente a ocupá-lo. Você pega o celular e telefona à primeira pessoa que lhe venha à mente, mesmo que não tenha o que dizer. Ou então se instala em frente do computador e entra e sai.
Você sobe a escada. Depois desce. Todos nós fazemos isso. Subimos escadas e descemos como as formigas . Sem propósito. Apenas porque não conseguimos ficar sozinhos com nós próprios.
Registro aqui o elogio do ócio, numa época de tantos movimentos por nada, de tanta agitação sem nexo.
E penso, comovido, numa canção de John Lennon. Ouço-a mentalmente. Watching the Wheels. Olhando para as rodas. Ele dizia que as pessoas estranhavam vê-lo sentado, de olho nas rodas dos carros que passavam e passavam. “Apenas gosto de vê-las girar”, disse John. John Lennon nesse momento foi tão sábio quanto aos que se insurgem contra a fuga automática e neurótica de si mesmos.

E você o que "precisa" fazer agora?

Ps: Abração ao grande jornalista Fábio Hernandez, O Homem Sincero

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Da felicidade cotidiana



Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...