segunda-feira, 31 de março de 2008

Máscaras...


Todas as figuras que vejo são assim, desenhos de luz e sombra, agrupamento de pontos e partículas, um quadro de impulsos dentro de um processamento de sinais, nosso processamento
subjetivo de sinais alheios...

Who’s that?...

A imensa curiosidade pelo “oculto” nos instiga ao ponto de criarmos personagens inimagináveis a realidade alheia, retirando do outro a cobertura de carne e repousando-o num pedestal do cristal mais nobre, talvez como um personagem de um filme europeu, ou naquilo que seja mais agradável em nossa concepção do belo.

Personagem que projetamos para nosso bem-estar momentâneo.

Aproximamo-nos dele, alvo de descoberta (a descoberta que inventamos também), e ao conseguirmos enxergar “bem de perto”, vemos que ele conta piada, que ri, que ele chora, que ele também anda descalço, que ao sorrir provoca leve imperfeições cutâneas, tem medo da morte... e olha pra você... e não por você, gente que você talvez não encontre tão facilmente por ai.
Será mesmo(?)...

E tudo continua assim, como quem olha aquela Ferrari toda vez que passa pela loja, pergunta o preço, toca o couro dos bancos, mesmo sabendo que nunca irá possuí-la...

Puro Desejo, simples assim.

Picture: Máscaras Venezianas – por lá as pessoas costumam usá-las no Carnaval, e todo carnaval tem seu fim.

domingo, 23 de março de 2008

Smile!



A importância de Sorrir chega a ser tão vital, na maioria das vezes quanto respirar.

Rir dos próprios defeitos, tirar sarro das próprias inabilidades é essencial.

Milhares de relacionamentos se acabam não pela falta de amor, dinheiro, ou sexo... mas simplesmente pela falta de idiotice.

Opiniões severamente sensatas, objetivos claramente traçados, sobriedade, mas não consegue rir de um tropeção?
Consegue resolver todas e qualquer crise de risco no trabalho, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas vagas do fim de semana...

Gente que não consegue ver graça no nariz ligeiramente torto, no cabelo despenteado ao acordar, no rímel borrado da farra da noite anterior, e nenhum outro motivo que não o faça “perfeito”.

Gente que desaprendeu a brincar.

Poemas tristes são mais os mais belos?

O Poeta mente o tempo todo, e como eu sempre digo: Tudo depende do seu referencial, assim como na interpretação de um drama de Baudelaire.

Vai chorar?
Picture: Red Noses Chair - Cadeira recoberta com narizes de palhaço

domingo, 16 de março de 2008

Será?...


Muitas vezes nos perguntamos... como será?

E talvez a resposta (ou muitas delas) pode ser extensa e invariavelmente complexa.
Nos debatemos loucamente entre saber como, quando, com quem, de que forma...
Dentre tudo isso nos esquecemos de algo que pode ser mais simples do que parece.
Viver! Viver e deixar viver, fugindo de culpas, de catástrofes futuras, imprecisões, limitações e medo.

Será que é só querer?

Seria fácil se todos nós tivéssemos um relógio que apontasse todos os caminhos a seguir, projetando assim um futuro profissional incrível, sem barreiras, apenas obstáculos, que pudéssemos pular e comer o lanchinho... como num vídeo game.

Seria fácil ,por exemplo, se o nosso coração fosse como uma porta giratória, onde as pessoas passassem por nossas vidas e a gente não desse a mínima.... deixassem souvenirs e não marcas...

Como também seria fácil parar de dar a alma pelo azul e—amedrontado com a vulnerabilidade de doar-se--- trair o azul com o castanho. Amar intensamente o possível e ignorar o distante, difícil, complicado...

Trocar a ansiedade deteriorada por uma bala de menta... assim como quem se troca de uma La Traviatta de Giuseppe Verdi por uma deliciosa canção da Feist

É só querer(?)