
Sábio Renato Russo quando disse: “Digam o que disserem , o mal do século é a solidão”.
Notem os sinais batendo a nossa cara todos os dias.
As baladas recheadas de pessoas lindas, com roupas da moda, chegando sozinhas. E saindo sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros, profissionais liberais bem sucedidos, gente que estudou, trabalhou e alcançou o sucesso profissional... e sozinhos.
E não é só sexo não, se fosse, era resolvido facilmente, por diversos meios que a “tecnologia” nos oferece, praticamente um açougue, você tem dúvida?
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, receber e retribuir carinho, fazer um jantar pra quem se gosta e apenas dormir abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de “evolução cega”.
Pode se fazer tudo, desde que a não se interrompa a carreira, a produção.
Nos tornamos máquinas e agora estamos desesperados por não saber voltar a SENTIR... algo tão simples que a cada dia que passa fica tão distante de nós.
Quem duvida do que digo é só dar uma entrada no site de relacionamento e suas comunidades “Quero um amor pra vida inteira”... “Eu sou pra casar” e até as desperançosas e cômodas “Nasci pra viver sozinho”.
Unindo a cada dia milhões de rostos e corpos estranhos, plásticos, quase inacessíveis.
Vivemos agora mais tempo e retardando o envelhecimento, agora mais belos e mais...sozinhos.
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio, cafona, brega.
O mais “moderno”, hoje, é programar uma viagem ao Tibet, catar coquinhos marroquinos na Ilha de Lesbos, passear pelas ruas de uma cidade desconhecida, claro que sozinhos, sempre...
Somos adultos e auto-suficientes (?).
Mas quem disse que ser adulto é ser ranzinza?
Um ditado tibetano diz que, se um problema é muito grande ...não pense nele.
Se é pequeno demais, pra que pensá-lo?
Dá pra ser um homem de negócios e tomar um sorvete com o dedo ou uma advogada de sucesso que ri de si mesma por ser estabanada.
Agora realmente o que não dá, é continuarmos achando que viver é OUT, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, ou que eu não possa dizer a alguém: “Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, vou me arrepender pro resto de minha vida”.
Ou escolher, ser um eterno voyer espectador da vida alheia, amores alheios, expectativas alheias... assistindo, mas não observando, que nossa vida está passando a brancas nuvens todos os dias.