Todas as figuras que vejo são assim, desenhos de luz e sombra, agrupamento de pontos e partículas, um quadro de impulsos dentro de um processamento de sinais, nosso processamento
subjetivo de sinais alheios...
Who’s that?...
A imensa curiosidade pelo “oculto” nos instiga ao ponto de criarmos personagens inimagináveis a realidade alheia, retirando do outro a cobertura de carne e repousando-o num pedestal do cristal mais nobre, talvez como um personagem de um filme europeu, ou naquilo que seja mais agradável em nossa concepção do belo.
Personagem que projetamos para nosso bem-estar momentâneo.
Aproximamo-nos dele, alvo de descoberta (a descoberta que inventamos também), e ao conseguirmos enxergar “bem de perto”, vemos que ele conta piada, que ri, que ele chora, que ele também anda descalço, que ao sorrir provoca leve imperfeições cutâneas, tem medo da morte... e olha pra você... e não por você, gente que você talvez não encontre tão facilmente por ai.
Será mesmo(?)...
E tudo continua assim, como quem olha aquela Ferrari toda vez que passa pela loja, pergunta o preço, toca o couro dos bancos, mesmo sabendo que nunca irá possuí-la...
Puro Desejo, simples assim.
Picture: Máscaras Venezianas – por lá as pessoas costumam usá-las no Carnaval, e todo carnaval tem seu fim.